segunda-feira, abril 14, 2008

Dá-me lume...se queres ver!!

Se há coisa que já começa a fartar um bocadinho é esta história de manter aceso um objecto de forma cilíndrica ao qual atribuímos irracionalmente um valor que não tem!!

Quer dizer então que para manter os valores associados ao desportivismo, como sejam a combatividade, a vontade de ganhar, a lealdade, o companheirismo, a igualdade cultural, credo religioso e por aí fora, temos nós que levar com um pau aceso numa das extremidades?! As mentes mais poluídas certamente já estarão a desvirtuar o conceito da frase, mas escusado será frisar que é numa das extremidades do cilindro que emana a chama...E levar salvo seja, porque por mim, e com o dinheiro que gastaram neste tour mundial já fazia umas belas férias durante uns largos meses...estou a brincar...distribuía o dinheiro equitativamente por associações sem fins lucrativos cujo objectivo principal é ajudar os povos mais carenciados (ou então não!). Isso sim, seria de valor e contribuía muito mais para disseminar os valores olímpicos.

E perguntam vocês o que simboliza a chama acesa? Nada mais nada menos do que o fogo que Prometeu roubou a Zeus para entregar aos homens. Ora vamos lá ver uma coisa...por um lado estamos a apelar à paz, espírito de entre-ajuda, solidariedade etc e tal, e por outro, estamos a dar crédito a uma tocha que representa um vil acto de um larápio? Parece-me um perfeito contrasenso, cujo expoente máximo está a ser concretizado através das lojas chinesas aqui no bairro. Vamos todos deixar os coitadinhos dos olhinhos em bico entrar no país à vontade, pois eles precisam de fugir a um regime opressor dos direitos humanos, mas vamos deixá-los tomar conta de todos os espaços comerciais da mouraria, ok? E que tal importarmos mais mercadoria têxtil chinesa, fabricada a custos umas vinte vezes inferiores, e fechar as nossas fábricas, destruindo o nosso tecido empresarial lançando para a miséria todos os seus operários?! Daqui a nada estamos nós a aumentar o diâmetro do círculo amarelo da bandeira olímpica (que significa o continente asiático) só porque eles são mais e têm poder para isso!! Já agora...alguém já viu um funeral de um desses digníssimos e ínclitos funcionários desses humildes estabelecimentos comerciais dedicados à restauração, vulgo chafaricas com balões vermelhos pendurados à porta, com decoração e ementas iguais entre eles, onde nem a música ambiente muda...ou se muda, nem parece! Eu até diria que jantar ao som daquela música é como assistir ao festival da Eurovisão, mas só com os concorrentes portugueses dos últimos, digamos, 20 anos...Ahhh, só de imaginar essa colectânea de magníficos sons de música ligeira portuguesa já sinto a repercussão ao longo do meu aparelho digestivo, como que a querer regorgitar de uma só vez toda a comida ingerida no dito restaurante, incluindo o crepe...o que é pena, pois o crepe é capaz de ser a única coisa na qual eu confio realmente na culinária chinesa, e agora que me ponho a pensar, se calhar não! Quantas litradas de óleo são necessárias para fritar aqueles crepes até ficarem estaladiços? E aqueles bocadinhos insuspeitos de carne picada que surgem inocentemente no meio do crepe, como que a dizer "eu só estou aqui por acaso...não faço parte da receita original, mas não levem a mal a minha presença"...ora se pensarmos em 10g de carne por cada crepe servido, teremos 1Kg de carne por cada 100 crepes servidos e por aí fora...Se desossarmos um corpo de 60Kg (eles são magrinhos e levezinhos), bastam uns míseros 6000 crepes para despachar um deles, pelo que por aqui já dá para perceber o porquê de até agora não se ter visto nenhum funeral de chineses! E se venderem cada crepe a 1€, temos a avózinha a ser despachada com uma bela receita de 6000€ em vez de se pagar a uma funerária para tratar do assunto...nada mau, hein?! Se calhar já investigavam isso e aproveitavam a tocha olímpica para incinerá-los, assim em conjuntos de 1500 de cada vez...que tal? O meio ambiente agradece, pois assim era possível manter sempre aceso o espírito da coisa, e ainda dava para produzir energia durante uns belos tempos...Não, meus caros, não pensem que estou com um instinto pirómano a tomar conta de mim, até porque quem brinca com o fogo faz xixi na cama à noite, e segundo a minha querida mãe, não é só teoria mas sim bem verdade. Ou será que era perguiça para acordar e ir à casa-de-banho a meio da noite?! Se ao menos estivesse eu nessa altura a sonhar em apagar a tocha olímpica em memória dos tibetanos, a coisa até era capaz de resultar bem e iria ser um enorme contributo para o meu bem-estar e consequente alívio do peso líquido excedentário do aparelho urinário. Infelizmente, e uma vez que já lá vão largos anos, não vos consigo precisar qual seria o verdadeiro motivo pelo qual se soltavam essas gotinhas. E por falar em gotinhas, essa tocha olímpica é à prova de tudo, inclusivé de água!! Ainda me lembro do pau aceso debaixo de água, na barreira de corais, a propósito do seu trajecto para Sidney nos Jogos Olímpicos de 2000...e se nessa altura a tocha não apagou, não seriam as gotinhas de chuva londrina no mês passado que iriam apagá-la! Eu ainda cheguei a pensar que seria melhor chamar um daqueles Bombardier de combate aos fogos, mas houve um jovem mais afoito que se antecipou e resolveu a coisa com um extintor. E foi vê-lo, com aquela expressão facial de John Rambo, a fazer justiça pelas próprias mãos, a manejar a mangueira e respectiva agulha do extintor de pó químico como se não houvesse amanhã! Claro que segundos depois mais ninguém consegui ver o homem, pois sobre ele cairam uma data de chinocas vestidos de igual, envergando um fato de treino branquinho e de óculos escuros, ao qual se juntaram alguns polícias que faziam a segurança ao longo do trajecto. O certo é que depois a coitada perdeu o pio em Paris, pois segundo dizem os responsáveis, por "razões técnicas" a chama apagou-se, e cancelaram cerca de 28Km do trajecto previsto. Depois, tentaram escondê-la dos olhares indiscretos no outro lado do Atlântico, não fosse o Bin Laden enfiar um Boeing 747 pela chama olímpica adentro, o que se calhar até nem era mau pensado para iniciar a tal acção de incineração dos chinocas...Agora parece que a tocha já está a jogar em casa, e que ninguém se atreva a aproximar-se da chama, nem que seja para acender um cigarro! Será logo incisiva e compulsivamente convidado a deixar de fumar da pior maneira possível, como por exemplo, cortando a cabeça...o que diga-se de passagem seria uma forma original e com enorme potencial para manter um certo equilíbrio populacional, pese embora se tratasse de uma medida extraordinária visto que os Jogos Olímpicos realizam-se de 4 em 4 anos e nem sempre é num país tão simpático como a China. Proponho que após Londres 2012, os Jogos se realizem, por exemplo, no Irão, no Paquistão ou até mesmo no Afeganistão...até parece que já estou a ver os atletas dos países ocidentais voar para as medalhas, literalmente...até porque o espírito olímpico tem como lema "mais rápido, mais alto, mais forte"!!
Logo, bastará um fogachozito para dar mais animação às coisas, que é como quem diz, dá-me lume...se queres ver!

E a pergunta do dia é: O que faz o Noody na praia?

quarta-feira, abril 02, 2008

O que é realmente importante?!

Dou por mim a ler notícias banais de escândalos, mortes, acidentes, etc. Ocorre-me emitir um vocábulo digno de mais um que fica chocado com a barbaridade a que assistiu mas não esboça qualquer espécie de acção. Mas não, não o emitirei e também não fico indiferente. Limito-me a reflectir sobre isto, tendo consciência que a conclusão a que irei chegar é obviamente restrita aos poucos conhecimentos que possuo, mas ainda assim, um exercício de reflexão é sempre de louvar.

O que é mais importante, "o todo"? Ou "a parte"?

A resposta óbvia que me salta à cabeça é o todo! Faz sentido, "o todo" implica um resultado final de um conjunto de acções, de eventos, acontecimentos... enfim, de várias partes. Se pensarmos em termos de gestão, sempre que se planeia algo, existe um determinado objectivo que só é cumprido caso se cumpram muitas metas intermédias. Mas o fulcral aqui é que nem sempre as partes têm de ser cumpridas para que o objectivo final, "o todo", seja realizado. Não sei se isto faz sentido para todos, mas para mim parece óbvio. No entanto, todos nós, como seres sociais que somos esquecemos esta conclusão óbvia e limitamo-nos a viver o momento, o célebre carpe diem, ou então limitamo-nos a resolver satisfatoriamente as questões que nos surgem no dia-a-dia sem sequer pensar nas implicações futuras. Aos poucos vamos comprometendo a sociedade futura. Não tenham ilusões o problema não vem do "dá-me o telemóvel já!", ele já vem de momentos anteriores, só que agora temos que aplicar medidas correctivas com efeitos retroactivos, o que nem sempre resulta bem e voltamos a comprometer algo mais no futuro. O chamado "efeito borboleta"!